O gigante imobiliário chinês Evergrande disse, esta quarta-feira, ter chegado a um acordo com os detentores de obrigações para evitar o incumprimento de uma das suas dívidas.
Numa declaração à Bolsa de Shenzhen, no sul da China, o grupo, que está sobrecarregado com cerca de 260 mil milhões de euros de dívida, disse que uma das suas filiais, Hengda Real Estate, tinha negociado um plano de pagamento de juros sobre uma obrigação com vencimento em 2025.
Segundo a Bloomberg, Evergrande reembolsaria 232 milhões de yuan (30,5 milhões de euros) da dívida devida na quinta-feira sobre a obrigação de 5,8%, que se destina ao mercado obrigacionista doméstico.
Mas o gigante imobiliário baseado em Shenzhen está longe de estar fora de perigo, dado o montante total da sua dívida, de 260 milhões de euros, quase 60 mil milhões mais do que a riqueza produzida em Portugal em 2020, traduzida pelo indicador Produto Interno Bruto (PIB), que se situou em 202,4 mil milhões de euros.
Outros reembolsos são devidos na quinta-feira e o grupo ainda não disse como planeia cumpri-los.
Os receios de um cenário ao estilo do Lehman Brothers, cuja falência precipitou a crise financeira de 2008 nos Estados Unidos, que se alargou ao resto do Mundo durante cerca de três anos, enviaram os mercados mundiais a mergulhar nos últimos dias.
Todos os olhos estão postos no governo chinês, que não disse se pretende salvar o grupo privado, evitando uma crise que pode sair de controlo e arrastar a economia chinesa e mundial para um buraco semelhante àquele em que o Mundo se afundou entre 2008 e 2011, que culminou com a entrada da “troika” em Portugal, financiado um resgate financeiro cujos custos sociais marcaram a década passada.